sábado, 6 de junho de 2009

Quando Há Mais De Uma Sombra

Então a vi, defronte a janela, repousando sentada na cama, com a perna direita esticada e a esquerda para fora da cama. Olhava-me com uma expressão serena, e enquanto seus cabelos eram iluminados pelo mesmo Sol que iluminava o mar e os barcos no cais lá fora, seus olhos eram ofuscados pelo seu sorriso tímido, que me convidava a sentar-se ao lado dela, tomá-la pela mão e acariciar seus cabelos quentes de Sol.
Fora do quarto, a manhã era extremamente convidativa, com um céu azul intenso e nuvens feitas de sonhos evaporados. A brisa matinal que entrava pela janela totalmente aberta nos fazia revezar entre pequenos afagos nos cabelos e nas faces e carícias mais fortes nos ombros e nas coxas, forçando os lençóis a se retirarem como derrotados de guerra.

E poderia estar em seu lugar qualquer outra, e ainda sim, nenhuma me encantaria tanto.